Precisava somente de um papel,
Aqueles quem viam antigamente em volta do pão.
Um lápis qualquer, e lá estava um coração falando.
Com erros grosseiros de português.
Sem vírgulas nem pontuação.
Mas lá estava um sentimento ditado em letras tremulas.
De mãos pequeninas de um garoto pobre.
Era preciso apenas um lixo que tivesse papel limpo.
Amava papel, e revirando os lixos trazia para casa livros.
E sua felicidade ao encontrar um caderno quase em branco.
Era quase como a alegria do menino que ganhara do pai. Um vídeo game de ultima geração.
A da menina que passeava à tarde com sua bicicleta rosa feliz e esnobe.
Era uma felicidade intensa que não cabia em si.
Imaginava que ali escreveria seus versos todos com rimas.
Que não mostrava para ninguém.
Aquilo era um momento só seu, onde era rei onde era menos miserável.
Pouco importava se não tinha dinheiro para compra os livros que tanto quis
Ler, o que tinha recolido do lixo era um tesouro e isso lhe bastava.
Ouvira em algum lugar uma canção de bossa nova, linda poética antiga.
Que lhe tocará o coração de alguma maneira,
Que ele mesmo não sabia explicar.
Para seus nove anos aquele tipo de musica não era muito ouvida por crianças.
Mas era a música que realmente tocou seu coração.
E acordou a alma.
De um escritor voraz,
Um poeta, um sonhador uma flor no meio do lixo.
E depois de uma infância pobre e inocente.
Sabe que se tornou um homem melhor graças aos livros graças a música.
Haá sim!
A bicicleta, ficou pequena para a menina .
O vídeo game, ficou ultrapassado.
Mas o livro de poesias achado no lixo.
Tem um lugar de honra na prateleira de alguém e uma lição eterna para toda uma vida.
Geyse Rafaela cavalcanti.
Nenhum comentário:
Postar um comentário